sexta-feira, 4 de abril de 2008

Web 2.0

Numa sociedade de informação e de tecnologia, as manifestações de evolução parecem ser um acontecimento banal ou até mesmo rotineiro.
Descobertas científicas, invenção aparelhos minúsculos com funções de dez outros aparelhos, construção computadores de destreza quase humana, etc. são fenómenos que nos passam diariamente despercebidos, como se tudo fosse uma mera tentativa de satisfazer as expectativas implícitas de mercado do individuo contemporâneo.


Neste contexto, a Internet passou de um estatuto de bem de luxo a serviço comum. Banalizou-se a banda larga, aumentou-se a sua capacidade e cobertura. A internet tornou-se mais rápida, mais barata, mais apetecível.
No entanto, este aumento vertiginoso da acessibilidade e a popularização da Internet como um serviço quotidiano não só beneficiava da fluência de conteúdos à escala global por ela facilitada, como padecia dessa globalização, acusando a urgência de uma maior selectividade e precisão dos mesmos conteúdos nela transaccionados e disponibilizados. Começaram a aparecer por todo o lado bibliotecas/enciclopédias online, sites das mais variadas empresas, temas e organizações. Porém, a facilidade de publicar essa informação era restrita às empresas, jornais e revista. Poucas eram as páginas pessoais. A diferença entre «produtor» e «consumidor» era vinculativa, e definia quem detinha ou não poder sobre a Web.


Foi esse mesmo fosso que impulsionou a formulação de um conceito que viria a revolucionar a Internet: a falta de um espaço na Web para uma comunidade de internautas que crescia desenfreadamente criou a necessidade de criar um novo modelo de funcionamento, mais prático, global e, consecutivamente mais democrático e participado. Assim nasceu um novo conceito de Web, a segunda geração – a Web 2.0.


É então em 2003 que o termo “Web 2.0” nasce, fruto de uma convergência de ideias entre a MediaLive International e Tim O’Reilly, que oficializou o num discurso durante uma conferência : «a Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência colectiva.».

Basicamente, trata-se de uma segunda geração de comunidades e serviços baseados na plataforma Web, aplicações baseadas em folksomia (tratamento e classificação da informação) e redes socais. Os serviços deixaram de ser residentes num único site e alimentado por uma única entidade; as páginas passam a incluir conteúdos não só de produção própria, como conteúdos externos (de outros sites); criaram-se novos modelos de organização e normalização da informação produção e que permite a reciclagem e re-utilização da mesma – reaproveitá-la e remisturá-la, consumando o conceito de hipertexto na web.


Tudo isto se traduziu numa maior participação e liberdade de acção dos utilizadores, tornando a Internet a mais democrática e vasta fonte de informação do mundo contemporâneo.

Por outro lado, essa quantidade astronómica de informação que é diariamente depositada na internet está em constante revisão e avaliação, sobrevivendo apenas aquela que satisfaz um determinado grau de relevância. Deste modo, quando um utilizador faz uma pesquisa de uma determinada palavra/tema num motor de busca, aparecerão os locais da Web já devidamente classificados e ordenados. Nesse processo, os mecanismos de recolha de informação do serviço – como o Google, Sapo, Yahooo… - já obtiveram informações desses sites mediante uma avaliação que responde a um determinado número de regras, de modo a que, quando um utilizador procura o conteúdo específico de seu interesse, lhe sejam disponibilizados apenas os resultados considerados relevantes.

Posto isto, percebe-se que, mais do que um conceito, o Web 2.0 é uma tendência globalizante da internet, que interliga serviços e utilizadores dentro de uma vasta rede. A Web 2.0 liberaliza a internet, fomentando a usabilidade, a criatividade e a partilha entre utilizadores, sempre acompanhado de um aumento de segurança.


Na sociedade da informação, na segunda era da internet, mais do que nunca, todo o texto é hipertexto. Criou-se uma rede de realidades inconcretas e mutáveis, onde palavras, frases, imagens apagam-se, recuperam-se, redesenham-se, cortam-se, sobrepõem-se, apagam-se. Nada é fixo. Tudo se liga, tudo é uma construção encastelada. Assim o é a Web 2.0.


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